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22/04/2025

Profissionalização é essencial para fortalecer o cinema do interior, apontam realizadores baianos

Em Ipiaú, o 2º Fórum AVI promoveu oficinas e workshops sobre aspectos criativos e técnicos do mercado audiovisual.  Atividades atraíram pessoas de cidades como Buerarema, Ubatã, Macaúbas, Itapetinga, Ibirapitanga e Vitória da Conquista.

Com oficinas e workshops gratuitos, o 2º Fórum Audiovisual dos Interiores da Bahia, em Ipiaú, deu mais um passo importante para fortalecer o cinema produzido fora dos grandes centros. Das etapas necessárias para a construção de um roteiro à estruturação de uma produtora, as formações trataram de aspectos criativos e técnicos do mercado audiovisual. Foram capacitados agentes culturais de cidades como Buerarema, Ubatã, Macaúbas, Itapetinga, Ibirapitanga, Fátima e Vitória da Conquista.

Nas atividades presenciais e online, a diversidade de municípios representados reflete o lema “Território Cinema”, escolhido para esta edição do fórum. Os produtores culturais Rosimary Dias dos Santos, Higo Dias e Joilson Nunes, saíram de Ubatã rumo a Ipiaú para participar da oficina “Profissionalização Audiovisual”, ministrada pelo cineasta Plínio Gomes, da Canto do Galo Produções, nos dias 21 e 22 de abril.

“Nossa região carece de formação voltada para o audiovisual. O nosso território é muito rico em artistas e produtores, mas falta ainda a capacidade técnica, então formações como essa do fórum são importantes para que a gente possa desenvolver o segmento. Precisamos pensar na nossa região como uma potência criativa”, destacou Higo Dias. 

A oficina “Profissionalização Audiovisual” foi ministrada por Plínio Gomes, no auditório do Complexo Poliesportivo e Cultural de Ipiaú, nos dias 21 e 22 de abril. Foto: Anderson Costa Santos.

Para auxiliar realizadores e produtores culturais dos interiores como Higo, a oficina de profissionalização trouxe o foco para o audiovisual como negócio e fonte de renda. Foram abordados aspectos como o desenvolvimento de um plano de negócios, os requisitos para a abertura de uma empresa audiovisual, o passo a passo para a criação de um orçamento, o processo de captação de recursos para projetos e a elaboração de contratos.

Também natural do interior do estado, de Senhor do Bonfim, o cineasta Plínio Gomes acredita que a profissionalização é o caminho para movimentar a cadeia produtiva do audiovisual. “Se a gente desenvolve os interiores, temos um contexto de mais pessoas profissionalizadas e capazes de realizar projetos. O mercado roda e todo mundo trabalha, o que é importante, porque a gente quer viver e não sobreviver”, ressaltou.

Além da profissionalização, foram temas de oficinas do fórum a produção de elenco, a acessibilidade em produções audiovisuais e a criação de film commissions. Em formatos presenciais e online, as formações foram ministradas respectivamente por Elson Rosário; Deivide Monteiro, Jurema Iris e Aisamaque Souza; e Milena Anjos. 

As oficinas sobre acessibilidade e criação de film commissions aconteceram de forma online. 

“Precisamos pensar na formação. Não adianta ter um edital ganho, filme com recurso para ser rodado, se você não tem equipe para trabalhar, então a profissionalização é a primeira exigência da cadeia produtiva. Sabemos que historicamente a capital do estado fica com os maiores benefícios das políticas públicas culturais. Por isso a importância de realizar no interior um evento como o fórum”, afirmou Elson Rosário. 

Criatividade e inteligência artificial

Com exercícios práticos e estímulo à criatividade através de músicas e imagens, a aula da cineasta Rayane Teles deu início a série de workshops que fazem parte da programação do 2º Fórum Audiovisual dos Interiores da Bahia. No auditório do Complexo Poliesportivo e Cultural de Ipiaú, na segunda-feira, 21, a atividade reuniu estudantes e profissionais em uma imersão ao universo dos roteiristas de produções cinematográficas. 

Anderson Cardoso, professor, ator e ativista cultural, foi um dos participantes da atividade. Para ele, o workshop e a própria realização do fórum em Ipiaú representam um movimento importante para a cultura no interior. “O cinema passa por todos os lugares e pode ser feito em todos os lugares. Interiorizar faz com que as pessoas fora dos grandes centros se sintam pertencentes. Vou levar essa experiência para os meus alunos”, contou.

Roteirista e produtora baiana, Rayane trouxe seu repertório profissional em um workshop introdutório que abordou conceitos básicos da escrita de roteiros, abrangendo estrutura, personagens e formatação. Os participantes puderam exercitar o fluxo do surgimento de uma ideia ao desenvolvimento de histórias com base na estrutura de três atos.

Rayane Teles ministrou um workshop introdutório que abordou conceitos básicos da escrita de roteiros, abrangendo estrutura, personagens e formatação. Foto: Anderson Costa Santos.

Já na terça, 22, foi a vez de Leonardo Fernandes trazer para Ipiaú o debate sobre o uso da Inteligência Artificial. Motion designer e animador, ele propôs uma reflexão sobre como a IA pode ampliar as possibilidades criativas na direção de arte de projetos audiovisuais, destacando ferramentas, técnicas e limites éticos para o uso da tecnologia.

Os workshops vão até a quarta, 23, com uma apresentação de Michel Santos sobre como fazer um pitching. A partir das 14h, no auditório do Complexo Poliesportivo e Cultural de Ipiaú, o cineasta irá mostrar o melhor caminho para desenvolver um projeto audiovisual e criar um argumento de vendas. A atividade será transmitida ao vivo no Youtube.

Sobre o Fórum Audiovisual dos Interiores da Bahia

O 2º Fórum Audiovisual dos Interiores da Bahia é uma realização da Associação do Setor Audiovisual do Sudoeste Baiano (Sasb) e conta com a produção da Voo Audiovisual. O evento tem como anfitrião nesta edição o 4º Circuito Cine Éden, mostra de cinema que também é realizada de 20 a 26 de abril, em Ipiaú.

Confira a programação completa: https://forumavi.com.br/programacao-completa/

O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.